1- Humildade: O Senhor abate o soberbo e exalta o humilde
O coração de Deus se agrada tanto da virtude da humildade, que Ele mantém a todo o tempo seus olhos voltados para os humildes, a fim de destacá-los com o seu amor e a sua misericórdia. Sobre esse assunto, o historiador e teólogo inglês Beda, o Venerável (672-735) identificou um detalhe curioso na parábola do rico e Lázaro, contada por Jesus no capítulo 16 do Evangelho de Lucas (versículos 19-31).
Beda observou que o modo como Jesus falou sobre o rico avarento foi muito diferente do modo como falou sobre o mendigo. Eis os termos que Jesus usou para falar sobre o rico: “Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e de linho finíssimo...”. E eis como apresentou o mendigo: “Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, coberto de chagas...”.
Jesus nos fez saber que o nome do mendigo era Lázaro, mas do rico ninguém sabe o seu nome até hoje. Por que o Senhor teria agido assim? Beda explica que sendo o rico um homem vaidoso e soberbo, Jesus não tinha nenhuma intimidade com ele. Conhecia-o de longe. Se sabia qual era o seu nome, não o achou digno de ser mencionado. O Filho de Deus disse unicamente que "havia certo homem rico". Como a riqueza daquele homem andava de mãos dadas com a soberba e a arrogância, Jesus não teve interesse nenhum em saber qual era o seu nome.
Muito diferente foi a atitude do nosso Salvador para com Lázaro. Ele considerou a sua humildade (que não deve ser confundida com pobreza, pois existem muitos pobres cheios de orgulho e arrogância), e o honrou, chamando-o pelo nome.
O Senhor abate o soberbo e exalta o humilde. "Ainda que o Senhor é excelso, atenta todavia para o humilde; mas ao soberbo conhece-o de longe" (Sl 138.6).
O Senhor abate o soberbo e exalta o humilde. "Ainda que o Senhor é excelso, atenta todavia para o humilde; mas ao soberbo conhece-o de longe" (Sl 138.6).
2- Ovelhas: Os rebanhos formados por pessoas são os mais difíceis de ser apascentados
Dídimo, o Cego (313-398 d. C.), que nos deixou dois ricos comentários sobre os Salmos e Atos dos Apóstolos, e um esplêndido tratado teológico sobre a Santíssima Trindade, foi, durante quase 20 anos, o principal doutrinador da florescente e célebre escola teológica de Alexandria, no Egito.
Certa vez, em uma de suas concorridas aulas de exposição bíblica, comentando o livro de Números, Dídimo afirmou que “o mais difícil rebanho de ser apascentado é o dos homens. Durante 40 anos Moisés foi pastor de ovelhas no deserto de Midiã. Ele apascentou as ovelhas do seu sogro Jetro sem sofrer delas nenhuma ameaça, sem que elas lhe criassem nenhuma situação de perigo. Porém, quando se tornou pastor de homens, ainda não se haviam passado dois anos que Moisés saíra do Egito conduzindo aquele difícil rebanho, quando foi necessário que o próprio Senhor interferisse para guardar a vida daquele grande pastor, que estava ameaçada pelos próprios homens a quem Moisés guardava. (Veja especialmente todo o capítulo 14 de Números, e várias outras passagens). Moisés estava levando aquelas ovelhas de inclinação má para que elas bebessem das correntes puríssimas do rio Jordão, porém elas continuavam suspirando pelos charcos de lama do rio Nilo, pelos lodaçais do Egito”.
3- Segredos: Sansão foi derrotado porque não soube guardar seu segredo.
O inspiradíssimo e genial pregador João Crisóstomo (349-407), comentando certa vez sobre o quanto é importante guardarmos diante dos homens os segredos que temos com Deus, analisou sob esse prisma o porquê da derrota de Sansão, e comentou: "Qualquer grande poder, se não puder guardar o seu segredo, é fraqueza. A própria fraqueza, se souber manter-se em segredo, terá grande poder. Enquanto Sansão encobriu o segredo dos seus cabelos, destruiu exércitos inteiros. Porém, no mesmo dia em que revelou o seu segredo a Dalila, teve os cabelos cortados pelos inimigos filisteus, e eles arrancaram os seus olhos, e puderam finalmente amarrar aquelas mãos poderosas que os haviam vencido tantas vezes.
Ó quão grande exemplo do poder do segredo nós temos aqui! Sete tranças de cabelo (Jz 16.16-21), com segredo, faziam estremecer e colocavam em fuga exércitos inteiros. Porém, esse mesmo poder que vencia os soldados inimigos, esse mesmo poder que não temia nem as espadas nem as lanças dos robustos combatentes filisteus, sem segredo, foi vencido pelos golpes suaves de uma simples navalha de barbeiro."
Ó quão grande exemplo do poder do segredo nós temos aqui! Sete tranças de cabelo (Jz 16.16-21), com segredo, faziam estremecer e colocavam em fuga exércitos inteiros. Porém, esse mesmo poder que vencia os soldados inimigos, esse mesmo poder que não temia nem as espadas nem as lanças dos robustos combatentes filisteus, sem segredo, foi vencido pelos golpes suaves de uma simples navalha de barbeiro."
4- Jesus: Ele é o único que, antes mesmo de sair para a batalha, já venceu a guerra.
O eruditíssimo teólogo e apologista grego Clemente de Alexandria (150-215) teve o privilégio de estudar na célebre Escola Teológica da mesma cidade onde nasceu Apolo, um dos grandes companheiros de viagem e ministério do apóstolo Paulo: "E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, varão eloquente e poderoso nas Escrituras” (Atos 18.24).
Nosso irmão Clemente, pregando certa vez sobre a soberania e a invencibilidade de Jesus Cristo, disse que o nosso Salvador “é o único general, o único Rei que, antes mesmo de sair para a batalha, já venceu a guerra.”
No desenvolvimento de sua mensagem, Clemente comenta que o evangelista João, ao ser arrebatado em uma de suas visões descritas no livro de Apocalipse (Ap 6.1,2), ouviu uma voz, que lhe dizia: “Vem, e vê.” Quando o evangelista abriu os olhos e os fixou no horizonte, viu surgir um cavalo branco. Assentado sobre ele estava um cavaleiro de majestosa presença, cavalgando e empunhando um arco.
O evangelista João ainda estava sob o impacto da admiração que aquele cavaleiro celestial lhe causara, quando viu uma coroa ser colocada sobre a cabeça do majestoso combatente. “Uma coroa foi colocada sobre sua cabeça?”, pergunta Clemente de Alexandria.
“Coroa, além de realeza, significa vitória. Então aquele cavaleiro já vencera a batalha, já saíra para a guerra como vencedor. Porém, como tinha vencido a batalha, se ainda empunhava tranquilamente o arco, e ainda não disparara nenhuma seta?
Porque aquele majestoso varão de guerra era o Verbo Eterno, o Filho de Deus, que saíra do Céu para conquistar o mundo. E nas conquistas e batalhas do nosso Senhor Jesus Cristo, primeiro vem o vencer, e depois o pelejar. Primeiro vem a vitória, e depois a batalha. O texto bíblico é claro ao se referir a Jesus: ‘...e saiu vitorioso, e para vencer’ (Ap 6.2). Eis como Clemente de Alexandria concluiu essa magnífica prova de que, em todas as batalhas, Jesus já é vitorioso por antecipação: “Se saiu vitorioso, é porque já havia vencido; se saiu para vencer, é porque a batalha ainda não ocorrera. Mas isso é próprio de Jesus Cristo, pois só Ele, e unicamente Ele, antes mesmo de lutar, já venceu; antes de entrar na batalha, já é Senhor da vitória.”
O evangelista João ainda estava sob o impacto da admiração que aquele cavaleiro celestial lhe causara, quando viu uma coroa ser colocada sobre a cabeça do majestoso combatente. “Uma coroa foi colocada sobre sua cabeça?”, pergunta Clemente de Alexandria.
“Coroa, além de realeza, significa vitória. Então aquele cavaleiro já vencera a batalha, já saíra para a guerra como vencedor. Porém, como tinha vencido a batalha, se ainda empunhava tranquilamente o arco, e ainda não disparara nenhuma seta?
Porque aquele majestoso varão de guerra era o Verbo Eterno, o Filho de Deus, que saíra do Céu para conquistar o mundo. E nas conquistas e batalhas do nosso Senhor Jesus Cristo, primeiro vem o vencer, e depois o pelejar. Primeiro vem a vitória, e depois a batalha. O texto bíblico é claro ao se referir a Jesus: ‘...e saiu vitorioso, e para vencer’ (Ap 6.2). Eis como Clemente de Alexandria concluiu essa magnífica prova de que, em todas as batalhas, Jesus já é vitorioso por antecipação: “Se saiu vitorioso, é porque já havia vencido; se saiu para vencer, é porque a batalha ainda não ocorrera. Mas isso é próprio de Jesus Cristo, pois só Ele, e unicamente Ele, antes mesmo de lutar, já venceu; antes de entrar na batalha, já é Senhor da vitória.”
5- Pregação: Devemos pregar como nosso exemplo de vida, e não só com palavras.
Pregadores, vocês sabem por que as nossas pregações produzem tão pouco efeito nos ouvintes? Porque não pregamos aos olhos dos que nos ouvem, pregamos só aos ouvidos.
Por que João Batista convertia tantos pecadores? Por que da mesma forma que suas palavras pregavam aos ouvidos, o seu exemplo pregava aos olhos.
As palavras de João Batista pregavam arrependimento: "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus" (Mt 3.2). Porém, enquanto os lábios de João Batista pregavam essas palavras, os ouvintes olhavam para o pregador e ouviam o seu exemplo pregar: "Eis aqui o homem que é o retrato do arrependimento e da vida austera e consagrada a Deus". Os lábios de João Batista pregavam o jejum e repreendiam o pecado da gula. E quando os ouvintes olhavam para o pregador, ouviam o seu exemplo pregar: "Eis aqui o homem que se sustenta de gafanhotos e mel silvestre". Os lábios de João Batista pregavam a modéstia e condenavam a vaidade. E quando os ouvintes olhavam para o pregador, ouviam o seu exemplo pregar: "Eis aqui o homem que se veste de roupa feita de pelos de camelo, e usa um simples cinto de couro em torno da cintura". Os lábios de João Batista pregavam o desapego do mundo e a fuga do convívio das pessoas materialistas, soberbas e corrompidas. E quando os ouvintes olhavam para o pregador, ouviam o seu exemplo pregar: "Eis aqui o homem que deixou o conforto da corte e as tentações da cidade, e foi morar no deserto para consagrar-se a Deus e preparar-se para servi-lo melhor".
Porém, se os ouvintes ouvem uma coisa e vêem outra, como hão de abrir o coração para a nossa mensagem e se converter? Jacó colocava as varas manchadas diante das ovelhas quando estas concebiam, e o resultado disso era que os cordeiros nasciam manchados, ou malhados (Gn 30.37-39). Se enquanto os ouvintes ouvem a nossa pregação têm diante dos seus olhos as nossas manchas, como hão de conceber virtudes?
Se a minha vida é o contrário da minha doutrina; se as minhas palavras soam desmentidas por minhas obras; se uma coisa é a maneira como o pregador se conduz no mundo, e outra a semente que ele semeia, como podemos esperar que essa semeadura produza frutos?
Por que João Batista convertia tantos pecadores? Por que da mesma forma que suas palavras pregavam aos ouvidos, o seu exemplo pregava aos olhos.
As palavras de João Batista pregavam arrependimento: "Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus" (Mt 3.2). Porém, enquanto os lábios de João Batista pregavam essas palavras, os ouvintes olhavam para o pregador e ouviam o seu exemplo pregar: "Eis aqui o homem que é o retrato do arrependimento e da vida austera e consagrada a Deus". Os lábios de João Batista pregavam o jejum e repreendiam o pecado da gula. E quando os ouvintes olhavam para o pregador, ouviam o seu exemplo pregar: "Eis aqui o homem que se sustenta de gafanhotos e mel silvestre". Os lábios de João Batista pregavam a modéstia e condenavam a vaidade. E quando os ouvintes olhavam para o pregador, ouviam o seu exemplo pregar: "Eis aqui o homem que se veste de roupa feita de pelos de camelo, e usa um simples cinto de couro em torno da cintura". Os lábios de João Batista pregavam o desapego do mundo e a fuga do convívio das pessoas materialistas, soberbas e corrompidas. E quando os ouvintes olhavam para o pregador, ouviam o seu exemplo pregar: "Eis aqui o homem que deixou o conforto da corte e as tentações da cidade, e foi morar no deserto para consagrar-se a Deus e preparar-se para servi-lo melhor".
Porém, se os ouvintes ouvem uma coisa e vêem outra, como hão de abrir o coração para a nossa mensagem e se converter? Jacó colocava as varas manchadas diante das ovelhas quando estas concebiam, e o resultado disso era que os cordeiros nasciam manchados, ou malhados (Gn 30.37-39). Se enquanto os ouvintes ouvem a nossa pregação têm diante dos seus olhos as nossas manchas, como hão de conceber virtudes?
Se a minha vida é o contrário da minha doutrina; se as minhas palavras soam desmentidas por minhas obras; se uma coisa é a maneira como o pregador se conduz no mundo, e outra a semente que ele semeia, como podemos esperar que essa semeadura produza frutos?